19/10/13

A vida das pessoas de Thurø e a vida das pessoas de Galdbjerg [Crónicas de Svendborg #15]

Na ilha de Thurø – que, nalgumas partes, não dista da nossa mais de 200 metros – existe a curiosa tradição das faixas da Brovej [“Rua da Ponte”], que o site da Comuna de Svendborg descreve da seguinte maneira:
A união entre os habitantes de Thurø revela-se, por exemplo, no facto de se verem, no entroncamento da Brovej, faixas penduradas nas árvores que ladeiam a estrada com saudações pessoais entre os moradores.
São faixas de pano e cartazes de papel, que nos surpreendem quando entramos na ilha. Na verdade, nem todas as faixas têm mensagens pessoais. Há também anúncios de vários tipos, por exemplo, de cães à venda, aulas de desenho ou de vela, do coro local e de feiras da ladra e vendas de garagem. Mas há mensagens pessoais suficientes para impressionar o visitante: dão-se as boas vindas a casa a uma thurense que foi subir o Quilimanjaro, ou ao pai que chega dos EUA; a uma rapariga dão-lhe parabéns pelos 18 anos, ao cortador local pelos 70, a um casal pelas bodas de ouro; cinco primas desejam as boas-vindas ao mundo a mais uma prima; etc., etc., etc.

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Na página da igreja de um jornal muito local, o Øst Kysten, chama-me a atenção um anúncio cujo cabeçalho é “A minha vida”: na quinta-feira 24 de outubro à tarde, um senhor vai falar da sua vida, no salão paroquial de uma localidade próxima de Svendborg. “Serve-se café com pão durante a tarde”, diz também o anúncio.

Uma ideia a aproveitar, não é? E eu então, com uma vida tão cheia de que contar!... Porque não começar a organizar umas sessões destas? “Vitinha Lucas Santos fala de muitas experiências interessantes por que passou na vida, tendo o cuidado de omitir as alegrias e as tristezas que a mesma também lhe trouxe, porque, além de desinteressantes para a maior parte das pessoas, nem ele nem ninguém as sabe dizer.” Por exemplo.

3 comentários:

Helena Araújo disse...


É melhor que faças isso no salão paroquial, porque se te dá para contar a vida em papéis pendurados em árvores, nem a Amazónia te chegava!...
;-)

Vítor Lindegaard disse...

Ora aí está uma maneira original (digamos assim...) de me chamares muito velho...

Helena Araújo disse...

Não senhor. Muito vivido! :)