06/01/14

Bom ano e um conto de terror

Desejo-vos um bom ano de 2014! Como diz uma canção, “este é que o ano – demorámos muito a aqui chegar”. Bom, a canção dizia isto de 1968, creio eu, mas pode dizer-se de todos os anos. Como presumo que uma grande parte, se não a maior, das minhas leitoras e dos meus leitores seja portuguesa como eu, o que desejo mais para 2014 é que se consiga travar a política de destruição do atual governo – de destruição do Estado social, da economia, da vida da maior parte das pessoas, do bom-senso, enfim... É claro, há que fazer por isso. É um 2014 assim, a fazer muito por isso, que eu vos desejo.

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Há vários tipos de terror, como todos sabemos. Um amigo teve uma vez a ideia de um conto de terror em que, em vez de histórias noturnas de criaturas do outro mundo, se contasse o horror de alguém que passava, de barriga e bolsos vazios, diante das montras das tascas da Baixa lisboeta. Com a ideia dele, em vez de conto, fiz uma cantiga, que chegou a ser cantada, mas, felizmente, nunca foi gravada. “Um terror indizível / arrepios / calafrios / suores frios” era o refrão.

Agora vejam lá: há dias, fui procurar o que devia ser o único exemplar restante nesta casa de Faz de conta que histórias, um livro de contos meus, e não o encontrei. Não que eu precise de um exemplar do livro, até porque o tenho, claro está, em versão digital. O problema é que o exemplar que eu esperava encontrar cá em casa era o exemplar que ofereci à minha mulher!

Pode ser que o livro se tenha perdido na mudança de Moçambique para a Dinamarca, no verão de 2011. Mas também pode ter acontecido eu tê-lo oferecido a alguém, sem querer. Sei que o livro tinha uma dedicatória, que não me lembro qual era nem em que página estava. E se exemplar da Karen tinha ido parar ao lado dos outros, na estante da sala, e eu, sem reparar na dedicatória e que era, portanto, o livro da Karen, o mandei a uma amiga ou a um amigo (enviei uns quantos, o ano passado), com uma nova dedicatória noutra página? Um terror indizível, como na tal cantiga: arrepios, calafrios, suores frios…

2 comentários:

Helena Araújo disse...

Um conto de terror, sim. Mas não desistas. Já procuraste debaixo do colchão, e em todos os sítios onde se guardam os tesouros?

(Fui verificar: nope.)

Vítor Lindegaard disse...

Obrigado, Helena. Não desisto, mas não sei como insistir. Recebi uma remessa de exemplares que tinha guardados em casa de uma amiga em Lisboa e a Karen vai receber um livro novo com nova dedicatória, acho eu.