tag:blogger.com,1999:blog-2874386790023925718.post9124689068854432905..comments2024-03-27T19:21:14.218+02:00Comments on Travessa do Fala-Só: Deve-se dizer “deve dizer‑se” ou deve dizer-se “deve‑se dizer”? (1)Vítor Lindegaardhttp://www.blogger.com/profile/06993438398319242184noreply@blogger.comBlogger9125tag:blogger.com,1999:blog-2874386790023925718.post-8093269352013525162019-04-29T11:36:52.546+02:002019-04-29T11:36:52.546+02:00Caro Elias, as pessoas não pronunciam o c ou s com...Caro Elias, as pessoas não pronunciam o c ou s como x ou ch, embora lhe possa parecer que sim. As pessoas de algumas regiões de Portugal (Beiras, Trás-os-Montes) pronunciam o som /s/ com a língua a tocar nos alvéolos, mas não como ela a tocar no palato, como no x ou ch. Quer dizer, essas pessoas distinguem sempre são de chão, naturalmente. Tente ouvir com muita atenção, da próxima vez que encontrar uma pessoa com essa pronúncia e verá que não é ch que dizem. Veja <a href="http://llindegaard.blogspot.com/2012/01/grassa-graca-no-paco-quando-la-passo.html" rel="nofollow">aqui </a> um pouco da história desses sons.V. M. Lucas Lindegaardhttps://www.blogger.com/profile/13814232659340159819noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2874386790023925718.post-50651305929933674912019-03-03T10:23:45.848+02:002019-03-03T10:23:45.848+02:00Vitor, porque algumas pessoas pronunciam a letra 7...Vitor, porque algumas pessoas pronunciam a letra 7 chete ou xete e 5 chinco ou xinco ao invés com s que é a formal correcta? Por favor, eu preciso tirar essa dúvida. Elias Madecahttps://www.blogger.com/profile/08952682915909765915noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2874386790023925718.post-66314256984063693082018-12-26T23:21:43.619+02:002018-12-26T23:21:43.619+02:00Muito obrigado, caro anónimo, pelo resumo, claríss...Muito obrigado, caro anónimo, pelo resumo, claríssimo e conciso, das regras sintáticas e ortográficas que se aplicam aos casos aqui discutidos. Peço desculpa de não ter respondido antes; tinha-me esquecido de agradecer na altura e o seu comentário tinha ficado esquecido. Dei com ele agora ao fazer uma limpeza do meu Outlook. <br /><br />Aproveito para acrescentar uma coisa curiosa. É certo que a ortografia portuguesa não admite que se ligue com hífen uma preposição a um pronome, mas há um caso em que a tradição consagra uma ligação com hífen entre uma conjunção (creio que só se usa em casos em que "mais" é uma conjunção) e uma palavra átona, um artigo definido: mai-lo, mai-la, mai-los, mai-las ("Dança de roda mai-las moças o coveiro"). Claro, é forma cada vez mais rara... Creio que essa ligação por hífen surgiu porque se trata de contração que implica uma "anomalia" fonética, a mesma que encontramos na ligação das formas verbais em -s,-r e -z com o pronome acusativo. É curioso que, em casos como "nem/não no vi", já a tradição ortográfica não liga com hífen o advérbio e o clítico, por muito que desta atração resulte também uma "anomalia" fonética.V. M. Lucas Lindegaardhttps://www.blogger.com/profile/13814232659340159819noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2874386790023925718.post-29840701433556180892018-04-29T19:36:33.201+02:002018-04-29T19:36:33.201+02:00Para que fique claro: no português padrão, em locu...Para que fique claro: no português padrão, em locuções verbais com verbo principal no infinitivo ou gerúndio, tanto se pode ligar o clítico ao verbo auxiliar como ao verbo principal, estando, portanto, corretas as formas «pode-se dizer» e «pode dizer-se»; o hífen é obrigatório. Se houver um dos atratores do clítico (palavras negativas, pronomes relativos, conjunções subordinativas, etc), o clítico ficará antes ou depois da locução: «não se pode dizer» ou «não pode dizer-se», «afirmei que se podia dizer» ou «afirmei que podia dizer-se», etc. Se o verbo principal estiver no particípio, o clítico ficará depois do auxiliar, ou antes dele em caso de atratores: «foi-me dito» ou «não me foi dito». Não se liga preposicões a pronomes oblíquos átonos por hífen: «...sem lhe falar».Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2874386790023925718.post-35802766248572901282014-03-13T12:25:26.666+02:002014-03-13T12:25:26.666+02:00Caro anónimo,
Tem toda a razão, deveria ter sido ...Caro anónimo,<br /><br />Tem toda a razão, deveria ter sido acrescentado que mesmo que eu queira marcar a ligação fonética, a ortografia portuguesa não admite que se ligue com hífen uma preposição a um pronome. Vou emendar, referindo o seu comentário.Vítor Lindegaardhttps://www.blogger.com/profile/06993438398319242184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2874386790023925718.post-1914307055272605532014-03-13T11:56:57.823+02:002014-03-13T11:56:57.823+02:00Caro senhor, embora o felicite pelo seu fantástico...Caro senhor, embora o felicite pelo seu fantástico artigo, considero que deveria ser mais rigoroso em certos exemplos que apresenta.<br /><br />Repare: quando se refere à utilização do hífen, sugere que a sua "obrigatoriedade/ocorrência" em «foi-se embora» deveria implicar igual procedimento em «sem‑me dizer», mas esquece-se de que "foi" é um verbo e "sem", uma preposição...<br /><br />Obviamente, no melhor pano cai a nódoa... :)<br /><br />Mais uma vez, os meus parabéns pela qualidade do artigo.<br /><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2874386790023925718.post-17660085493957095702008-09-17T15:59:00.000+02:002008-09-17T15:59:00.000+02:00Na verdade eu "clonei" o texto de uma discussão de...Na verdade eu "clonei" o texto de uma discussão de outro blog que acompanho:<BR/> <A HREF="http://brasiliano.wordpress.com/2008/09/01/ensinar-portugues-ou-estudar-o-brasileiro/" REL="nofollow">http://brasiliano.wordpress.com/2008/09/01/ensinar-portugues-ou-estudar-o-brasileiro/</A><BR/><BR/>Achei o texto muito interessante e pensei que caberia aqui.<BR/><BR/>Eduardo TorresAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2874386790023925718.post-73732177596096558252008-09-17T00:27:00.000+02:002008-09-17T00:27:00.000+02:00Senhor anónimo ou senhora anónima, não quer por fa...Senhor anónimo ou senhora anónima, não quer por favor identificar-se e deixar-me um contacto imêilico para continuar a conversa doutra maneira? Não vejo assim uma relação muito directa entre o meu texto e este texto da revista Pesquisa (que agradeço!), mas tenho comentários a este último que não cabem bem aqui neste espaço de comentários (que confusão!)...Vítor Lindegaardhttps://www.blogger.com/profile/06993438398319242184noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2874386790023925718.post-26901447171703546242008-09-16T00:57:00.000+02:002008-09-16T00:57:00.000+02:00Uma curiosidade para complementar o texto.Na segun...Uma curiosidade para complementar o texto.<BR/><BR/><I>Na segunda metade do século 18, no período em que Portugal era governado pelo marquês de Pombal e seus cofres enriquecidos por grandes quantidades de ouro embarcadas no Brasil,<B> ocorreu uma sensível mudança na prosódia, ou seja, na maneira como as palavras são pronunciadas, no português falado na Europa. Ainda não se sabe como e por que isso aconteceu. Mas o fato de se seguirem no tempo sugere uma relação de causa e efeito entre as mudanças prosódicas do século 18 e as sintáticas do século 19.</B><BR/><BR/>"Trabalhamos com a hipótese de que o português brasileiro seja muito próximo do português clássico em termos rítmicos", explica a professora Galves, referindo-se como português clássico ao falado nos séculos 16 a 18. <B>"Assim, os padrões prosódicos dos dois serão contrastados, como se fosse uma comparação entre o português clássico e o português europeu moderno", </B>acrescenta. <BR/><BR/>Comendo sílabas<BR/><BR/><B>Sabemos que ocorreu a grande mudança prosódica do fim do século 18 principalmente por meio dos comentários sobre apresentações teatrais e representações de sotaques que saíam nos jornais da época. Gonçalves Viana, um foneticista português do século 19, por exemplo, queixava-se de que os atores da época pronunciavam apenas sete ou oito sílabas das dez dos decassílabos de Camões. Eles simplesmente "comiam" as sílabas que vinham antes da tônica, as pré-tônicas.<BR/><BR/>Isso ocorre até hoje. Em Portugal, muitas vezes, as vogais pré-tônicas desaparecem por completo na fala. No Brasil, porém, elas são mantidas. "Esse é o aspecto mais saliente da mudança fonológica", diz a professora Galves. "Nós o interpretamos como uma mudança rítmica, ou seja, uma mudança na maneira como as sílabas átonas se reagrupam com as sílabas tônicas", prossegue.<BR/><BR/>Qual é a relação entre a pronúncia das vogais pré-tônicas e a sintaxe dos pronomes clíticos e por que a redução das primeiras afeta a colocação dos segundos?</B> Isso é uma das grandes questões do projeto. Do ponto de vista do lingüista norte-americano Noam Chomsky, a gramática muda na aquisição quando, por por algum motivo, uma geração de crianças fixa um ou mais parâmetros de maneira diferente dos pais. Galves explica que muitos lingüistas hoje defendem que, na aquisição de sua língua materna, as crianças usam "pistas" prosódicas indicativas das estruturas subjacentes aos enunciados. Se a prosódia dos adultos muda, as "pistas" também mudarão, levando, eventualmente, as crianças a uma gramática diferente.<BR/><BR/>Entretanto,<B> é difícil saber por que a prosódia mudou e, em decorrência, a gramática. Nos Sermões , por exemplo, o padre Antônio Vieira usa basicamente a ênclise na colocação dos pronomes. Outros autores da época e mesmo Vieira, em suas cartas, davam preferência à próclise.</B> A lingüista portuguesa Ana Maria Martins, da Universidade de Lisboa, participante do projeto,<B> considera Vieira, por isso, um pioneiro do português moderno.</B> Para a professora Galves, não é bem assim. <B>Vieira, em vez de olhar para o futuro, estaria voltando ao passado.</B><BR/><BR/>Ele seria, assim, um purista, talvez como maneira de se <B>contrapor ao uso do castelhano, que ganhou terreno enquanto Portugal esteve sob o domínio da Espanha, de 1580 a 1640.</B> [Na origem da fase documentada da língua portuguesa, no século 12, o normal eraPedro viu-me . No século 15, houve uma mudança ePedro me viu tornou-se a preferida. No decorrer do século 19, porém, houve na Europa outra troca e a ênclise tornou-se a única opção.] <BR/><BR/><B>"Na segunda metade do século 18, uma razão do mesmo tipo pode ter levado à adoção de uma maneira de falar que reforçou a tendência, já existente na língua portuguesa, a reduzir as vogais átonas"</B>, diz a pesquisadora da Unicamp. "Mas essa discussão é extralingüística e não há nenhuma evidência que possa indicar o porquê da mudança prosódica", acrescenta.</I><BR/><BR/><A>revistapesquisa.fapesp.br/?art=694&bd=1&pg=1&lg=</A>Anonymousnoreply@blogger.com