Há que ser original!
Arquitectar com cuidado o que se quer ou não quer ser, arredondar as pontas hirsutas que desfigurem ainda (credo!) o carácter que para si próprio se decidiu, ora, isso é o que toda a gente faz!…
Original é antes não querer ser nada de especial, diluir-se no banal que é a soma de todos os outros e deitar fora a tal per-so-na-li-da-de, ufano, pois!, de estar a fazer o que não faz mais ninguém.
Amigo Lucas:
ResponderEliminarSou escritor amador, nada além disso. Sobre o meu pobre intelecto, forças poderosas, como as de Pöe e de Bierce, forcejaram até dizer basta.
Outras também intervieram, com tanto ou (mesmo) maior vigor. Numa terra em que Machado é tudo, encantou-me bem mais Alencar...
Fora eu poeta... Ah! Quem me dera ser poeta... Faria de Cruz e Souza não um deleite, ou uma paixão, mas um Norte.
Meu trabalho é cheio de clichês - não vivo sem eles. Há quem me desdenhe pela pouca originalidade de meus contos, mas eu não estou não aí. Não suporto a "originalidade" de Proust. Nem a de Sarama(r)go. Prefiro um cara que realmente escreve bem, como Dickens e Hugo. Mas, apesar de tudo, sobrevivo.
Mas há um quê de originalidade no que escrevo, sim. Basta garimpar um pouco, despretensiosamente, e se achará.
Acho que a medonha originalidade, esta besta-fera, é coisa para Canetti, Joyce, Camus ou Kafka.
Quem está realmente interessado em escrever uma história interessante, não liga para estas coisas.
Afinal, se ligasse, Camões - o nosso grande gênio - não existiria.
Lucas: gostaria de manter contato contigo. O meu endereço é este:
paulosoriano@gmai.com
Pode ser?
Um forte abraço, irmão!
Paulo
Corrigindo ( na pressa, errei):
ResponderEliminarpaulosoriano@gmail.com.