06/08/16

Férias em Lisboa #1


Na Dinamarca não se veem freiras. Pode ser que as haja, mas, se há, nunca vi nenhuma. Por isso, no outro dia, em Lisboa, chamei a atenção da minha filha — dinamarquesa — para uma freira que ia a passar.

– Já tinhas visto alguma freira, Siri?

Perguntei-lhe se conhecia a palavra freira. Nonne, sim, conhecia.

– Mas como é que sabes que é uma freira? – perguntou ela. – Não podes saber. Pode ser uma só uma muçulmana.








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Imagem: Painel da Catedral de Sta. Maria, em Portland, Oregon, EUA. Não consegui descobrir quem é o autor. (Daqui >)

3 comentários:

  1. Olá Vítor, este seu post lembrou-me este (http://imagenscomtexto.blogspot.pt/2010/05/meninas.html) em que no quadro de Velasquez o que nos parece uma freira é afinal uma viúva. Escrevi outro sobre véus islâmicos (http://imagenscomtexto.blogspot.pt/2010/01/veus-islamicos.html) em que uma simpatizante de véus colocou um comentário interessante. Tenho-me tornado um observador atento à modéstia (ou ausência dela) na indumentária usada por acompanhantes masculinos de mulheres com véu e tenho constatado alguma displicência.

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  2. Olá José Júlio, desculpe o atraso na resposta, tenho votado o blogue a um completo abandono. A ver se isto se endireita. (Estou sempre a dizer isto e nunca cumpro...)

    Interessante, isso d'As Meninas, também pensava que er uma religiosa. O outro texto também me parece sensato, e sensatez é uma coisa de que há bastante falta quando se discutem véus. É uma discussão tão emotiva como a discussão do acordo ortográfico, como se tem visto. Entre o seu comentário e esta resposta houve o caso da proibição do burquíni e tudo o que se lhe seguiu. Independentemente da posição que cada um tenha relativamente ao véu, não percebo como se possa defender a proibição seja lá de que indumentária for, desde que não oculte o rosto, não tenha dizeres proibidos ou não seja igual às das autoridades policiais ou militares. Não compreendo.

    Sobre os trajes masculinos nas sociedades em que as mulheres se vestem de forma "tradicional" também escrevi uma vez um texto: http://llindegaard.blogspot.dk/2010/03/as-polleras-das-cholitas-e-outros.html

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  3. Ao menos agora o tempo de resposta é condicionado apenas pela vida de cada um e já não pelos tempos consideráveis dos correios suportados em papel. O seu post sobre os trajes da Bolívia era interessante. Li algures que essas transferências da moda das elites para o povo está na origem do uso da burqua no Afeganistão, em que as senhoras da alta sociedade eram em tempos as únicas que a usavam. Depois esse uso propagou-se para grande parte do povo.

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