Aqui na Dinamarca – e seguramente noutros países – o conceito de estação do ano é um pouco diferente daquele que temos em Portugal – e também noutros países, claro está. Em Portugal, temos uma maneira científica, astronómica, de definir as estações: começam num equinócio e duram até ao solstício seguinte ou começam num solstício e duram até ao equinócio seguinte.
Aqui, não é assim: costuma dizer-se que, em princípio, a primavera começa no início de março, o verão no início de junho e assim sucessivamente. Há também marcas naturais, porém, que assinalam as estações. Diz-se que o aparecimento de Erantis e Galanthus anuncia a primavera, mas há quem diga que são os amentilhos das aveleiras que marcam de facto a sua chegada. O aparecimento das últimas folhas (em carvalhos, olmeiros e tílias) marca o começo do verão. E a queda das últimas folhas marca o início do inverno.
De Santos a Natal, é inverno natural, diz um provérbio português. Também na Dinamarca, acho eu. A foliação das árvores dá-se sempre mais ou menos na mesma altura do ano, porque, além da temperatura, depende em grande parte da quantidade de luz solar, que é sempre a mesma de ano para ano. A queda das folhas também se dá sempre mais ou menos na mesma altura, mas depende também do vento, que pode ou não haver. Este ano, o frio e o vento chegaram tarde e tivemos um outono longo, quase que a respeitar a calendarização tradicional: setembro-outubro-novembro. Vi gente cortar relva em meados de novembro, o que nunca tinha visto nos meus sete anos de Tåsinge. E as árvores tinham ainda, até essa altura, muitas folhas outonais. Só esta semana chegou o vento e a paisagem se invernizou.
Muita gente concorda: se o outono aqui é sempre muito bonito, este ano foi ainda mais bonito do que costuma ser. As fotografias são aqui da nossa aldeia, Troense.
Belas fotos outonais. Esses telhados "Thatched", fui ver na Wikipédia mas não existe entrada em português, usei a do galego em que chamam colmado, em português talvez seja então "de colmo", têm vantagem em relação às telhas ou a placas modernas sintéticas com isolamento? Isto relativo à Dinamarca porque vantagens e desvantagens dependem de geografias, de economias e de legislações.
ResponderEliminarCreio que a razão pela qual se mantém as coberturas de colmo é estética. Mantém-se a estrutura de enxaimel (ou lá como se chama a estrutura de madeira...), mantém-se também a cobertura original, e fica tudo como foi originalmente criado. Há quem diga que a cobertura de colmo é mais climatizada e mais ecológica, mas não sei ao certo o que isso significa. Aqui na aldeia temos muitas casas assim, mas já não se encontram assim tantas na Dinamarca: 42.000 no total. Também aqui na aldeia temos 19 casas que são consideradas oficialmente património cultural e que não se podem alterar, pelo menos na estrutura de base. Quanto ao resto, as coberturas de colmo são como um telhado, com um forro de plástico por baixo e depois isolamento. Agora, parece que é um pouco mais caro ter um telhado de colmo, porque os seguros contra incêndios são um bocadinho mais caros. E, se for necessário mudar o colmo, o que se faz normalmente uma vez na vida – duram entre 30 e 50 anos –, isso é com certeza mais dispendioso que substituir telhas, além de que ouvi dizer que agora o colmo é importado da Polónia, o que o torna mais caro, mas também não tenho a certeza absoluta.
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