21/10/21

Da boa educação


Há agora no Facebook uma moda de páginas que fazem perguntas às pessoas: «Destas capitais, quais é que já visitou?», «Qual foi a sua primeira viagem de avião?», etc. Quando uma pessoa nossa amiga responde a uma destas perguntas, vemos a resposta dessa pessoa e sentimo-nos tentados a responder também, muitas vezes até mais para dialogar com a amiga ou o amigo que respondeu, creio eu.

Enfim, não costumo responder a coisas dessas e às vezes até escolho a opção de nunca mais voltar a ver a página, mas já me aconteceu cair em tentação. Aqui há umas semanas, vi uma «pergunta» que era qualquer coisa como «Se me convidarem para jantar, o meu maior medo é que seja…» E, em vez de escrever um prato qualquer que me desagrade, como escrevia toda a gente, escrevi apenas «…pouco»: «Se me convidarem para jantar, o meu maior medo é que seja pouco.»
 
Por um lado, gosto de tudo (a sério!); por outro lado, aprendi com a minha avó, uma mulher muito sábia, que, quando nos convidam para comer, a gente deve mesmo encher a barriga! Mais concretamente, a expressão dela era esta:

«Ó filho, também a gente ficar em favores e ainda por cima passar fome…»

[Pelo traço, a ilustração é quase de certeza de Charles Dana Gibson (1867– 1944), mas não tenho a certeza absoluta. Não consigo encontrar nem título nem data da obra. Uso aqui uma parte apenas da imagem original e ligeiramente modificada por mim.] 

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