O meu conselho é ter calma, pelo menos que chegue para resolver a vida, à medida que ela nos vai atacando; prestar muita atenção aos sofrimentos que há, que só por acaso não são nossos; adormecer com o coração cheio de música e cantar de manhã, ainda antes do café, que se quer sobretudo alegre.
[Um comboio, um écran, qualquer olhar,
tudo tem nome!, as árvores, a charneca, o estrume primaveril,
a corrida extravagante do cavalo islandês,
mesmo os mais obscuros – e até raros – sentimentos,
os degraus (é mesmo assim) de parentesco,
a famigerada e, démodée ou não, incontornável
fragilidade desta nossa condição.]
O meu conselho é, como dizia, não buscar, que chegam bem as tantas coisas que há em que vamos tropeçando – são passatempo de sobra para muitas tardes e noites, material inesgotável para os livros todos que se quiser.
Agora, se me perguntarem se é com muita convicção o conselho, digo que não. E digo mais (o meu último conselho):
O meu conselho é ensinar, propor, contrariar, aconselhar, mas sem nunca exagerar em convicção...
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