Conheço um pessoa que, quando quer realçar que
mora mesmo ao pé da praia, diz que tem a praia mais próxima a uns 300 metros de casa, se tanto; e que, quando fala do percurso diário de jogging,
conta um quilómetro de casa à mesma praia. A praia em questão, tive já
oportunidade de o constatar, nunca sai do mesmo lugar, independentemente do que
essa pessoa diga da sua situação.
Que tudo é relativo? Que 600 metros de esforço
são mais compridos que 600 metros de prazer? Ó filho, deixa-te disso!, como
dizia a minha saudosa avó. A questão é antes saber quando é que à despreocupada
falta de rigor ‒ ao sabor do sentimento ou da conveniência, é conforme ‒ se
pode começar a chamar simplesmente mentira.