03/09/24

A antiguidade não é posto nenhum

Ouvi algumas vezes defender doutrinas ou formas de conhecimento ou de medicina com base na sua antiguidade.  Dever-se-ia, segundo alguns, aceitar a validade de coisas como a «medicina» aiurvédica ou a acupunctura e outras formas de «medicina tradicional» por serem «conhecimentos já muito antigos». 

Agora digam-me: como pode avalizar essas práticas o facto de terem sido criadas numa altura em que se desconheciam os mais básicos fundamentos de química, em que ninguém fazia ideia nenhuma de como funcionava o corpo humano – nem a natureza em geral? 

É antes ao contrário, não é? De qualquer informação sobre doenças, tratamentos e efeitos de quaisquer substâncias ou práticas sobre o ser humano ou outros animais (mas também sobre a descrição da realidade em geral), o melhor é certificar-se sempre de que ela não está desatualizada. 

Imagem: Sushruta a atender doentes, autor anónimo sec. XVII. Wikimedia Commons, daqui.



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