Não conto férias nem as muitas estadas temporárias, só mesmo domicílios: vivi em 27 casas em 7 países e 3 continentes (ou 4, se não se considerar a América um único continente). Mas acabou a vida de vagabundo! Tenciono passar aqui em Troense o resto dos meus dias.
Quero dizer o resto da minha vida, está claro, mas não me importava de passar aqui também os dias depois da morte. Aliás, nem isso, nem o contrário, porque não me preocupa mesmo nada onde deixar os ossos. Mas enfim, para proporcionar uma vista bonita a quem quisesse visitar os tais ossos (faz-nos bem enterrar e visitar os nossos mortos, não é?), gostava de ser enterrado neste cemitério de Svendborg.
O cemitério chama-se Assistens Kirkegård, “Cemitério Auxiliar”. Kirkegård, a palavra dinamarquesa para cemitério, é composta de kirke, “igreja”, e gård, “pátio”, “quintal” ou “quinta”, e muita gente é ainda enterrada nos cemitérios das igrejas. A minha segunda escolha para morada dos meus ossos é o cemitério da Igreja de Bregninge, que fica mais ou menos à mesma distância que o Assistens Kirkegård de Svendborg, a meia dúzia de quilómetros daqui.
A não ser, claro está, que prefiram cremar-me, o que também acho muito bem.
[É a terceira vez que aqui falo de cemitérios dinamarqueses. Já o fiz aqui e aqui.]
copo bem mais que meio cheio
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Em 2023, festejei o meu aniversário na clandestinidade porque estava a
lidar mal com aquele 60. Enfim, clandestinidade relativa: avisei os amigos
de Berli...
Há 18 horas