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Marcha da chacha
Passa meio mundo a vida
a dar a volta a outro meio,
qu’isto em questão de paleio
‘tá a gente bem servida;
Mas, com conversa fiada,
o problema é que, no fundo,
dá-se a volta a meio mundo
sem se dar a volta a nada.
‘Tá no espírito do povo
a converseta de chacha;
se aparece um grupo novo,
que graça que a gente lh’acha!
E se houvesse um mundial
do falar só por falar,
vinha o ouro e vinha a prata,
vinha o bronze e vinha a lata,
vinha tudo cá parar.
Quando se arma algum banzé,
quem tiver mais converseta
é que leva a bicicleta
– e o outro vai a pé.
Muito fala este povinho,
‘tá sempre, sempre na tanga;
depois vai queixar-se ao ganga
quando anda a falar sozinho.
E é assim esta gente:
a converseta é que é obra!
Só fica mesmo contente
a vender banha da cobra.
Pois então que viva a chacha,
mas òs’pois ninguém se queixe,
que s’o caso ‘stiver feio,
não se vai lá com paleio
– pela boca morre o peixe.
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Imagens:
Em cima: P. S. Krøyer: Fogueira de S. João na praia de Skagen (Sankt Hansblus på Skagen strand), 1906. Skagens Museum.
Em cima: P. S. Krøyer: Fogueira de S. João na praia de Skagen (Sankt Hansblus på Skagen strand), 1906. Skagens Museum.
Em baixo: A. Roque Gameiro: A fogueira do santo (?), s. d., de uma coleção de fascículos, Portugal de algum dia, 1931 (?, ver aqui)
(A página "Marchas Populares de Lisboa", do blogue Histórias com História tem bonitas ilustrações de Stuart Carvalhais, Roque Gameiro e Almada Negreiros, entre outros, relativas aos Santos Populares, )
2 comentários:
Não é festa do equinócio de verão, é festa do Solstício de Verão.
Caro José Júlio, por estranho que pareça, só hoje, 8.1.25, vi o seu comentário. Muito obrigado, já corrigi o meu texto.
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