A Nørreskov, a «mata norte», é uma das matas da ilha de Tåsinge.
Escreveram-se em casca de bétula textos religiosos, tratados de matemática, medicina e gramática, provérbios, fórmulas encantatórias, trabalhos escolares e, com toda a certeza, cartas comerciais e de amor, entre muitas outras coisas. Mas não foi em casca destas bétulas, claro está.
Este é um exemplo extremo, mas na Nørreskov dobram-se as árvores para o mar que a ladeia. Estamos habituados a que sopre o vento do mar para a terra, mas aqui é ao contrário, o vento empurra as árvores para a praia: «Vão, vão, vão, ali em frente há mais terra, mais terras, lugares para novas raízes.»
Há pessoas que vão passear para centros comerciais ao fim de semana. (E porque não?)
Na Dinamarca, não há rios. Há regatos e ribeiras, mas rios não. «Muitos riachozinhos fazem uma grande ribeira», diz um provérbio dinamarquês que é primo do nosso «grão a grão enche a galinha o papo». A palavra
å, que significa «ribeira», é com certeza um dos mais curtos nomes do mundo, pelo se nos guiarmos pelo critério do número de letras com que se escreve — juntamente com
ø, que significa «ilha». (Sobretudo se não contarmos o nome das letras do alfabeto.)
Faias. A folhagem esconde uma parte da beleza das árvores.
Não deixa de ser curioso que o latim
silva-, «mata, bosque, floresta», tenha dado em português duas coisas tão diferentes como selva e silva. Já agora, que falamos de silvas, também não deixa de ser curioso que em português se dê o mesmo nome de amoras aos frutos das silvas (arbustos do género
Rubus) e das amoreiras (árvores do género
Morus).
«De Santos a Natal, é inverno natural», diz o provérbio português. E mais aqui. Pouco já resta das cores outonais e vai-se esgaçando o tapete de folhas.
2 comentários:
Andava aqui a pensar num post para escrever sobre essa região, mas depois deste terei de me remeter de vez ao meu lugar de insignificância...
Insignificância? Ora, Helena! Faz lá o post, vá, por favor – o Sul da Fiónia agradece.
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