A notícia já tem uma meia dúzia de anos, mas não faz mal, porque isto não é um blogue de atualidades — e porque as coisas provavelmente não se alteraram nada em seis anos: vi em vários sítios que, segundo um inquérito feito nos EUA, a maioria das pessoas acha que não se deve ensinar numeração árabe nas escolas. De transparentes que são, escuso-me a comentar os resultados do inquérito. E creio que, muito provavelmente, eles seriam semelhantes se o inquérito fosse realizado em países europeus.
Divirto-me a pensar que quem recusa a numeração árabe talvez prefira a numeração romana, a fazer pandã com as letras, do tipo
Se um gato tem VII vidas
como muitos dizem ter
ao meu já vi VI vividas
e vej’I por viver.
E também me divirto a pensar que a única posição radicalmente nacionalista é ser não só contra a numeração romana e os algarismos árabes, mas também contra o + e contra o x e contra quaisquer sinais que representam conceitos em vez de palavras, porque, quando se vê, por exemplo, “2+3=5”, o que lá está escrito é tanto “dois mais três igual a cinco” como “two plus three equals five”, “twee plus drie is vijf” ou “два плюс три равно пяти”.
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