Já falei sobre isso com vários amigos portugueses que vivem em França ou que conhecem bem o país: parece que se aceita melhor em França que em Portugal que uma pessoa fale sozinha. Pelo menos, era impressão geral das pessoas com quem falei que é coisa que se vê mais em França e isso deve ser sinal de que é lá mais bem aceite o falar sozinho — ou pensar em voz alta, porque, bem vistas as coisas, é afinal disso que se trata.
Agora, isto são só impressões e se há coisa em que nunca nos devemos fiar são as nossas impressões, mesmo que se lhes chame «experiência», para lhe dar um ar mais fiável. Costumo dizer que o mundo está cheio de maus estudos e más estatísticas, mas mesmo os maus estudos e as más estatísticas são mais fiáveis que as nossas impressões.
Isto a propósito de quê? Ah, pois, de falar sozinho. O que eu queria mesmo era aqui deixar um link para um texto do Toponímia de Lisboa, blogue do Departamento de Património Cultural da Câmara Municipal de Lisboa, onde se fala do nome e da história da travessa lisboeta que dá nome ao blogue: “Do Beco à Travessa do Fala-Só”.
P.S. 1: Uma cantiga a propóito (há sempre uma cantiga a propósito seja lá do que for):
Casey Bill Weldon: “Talkin' to Myself”,1936
P.S. 2: Também cantar na rua ou noutros espaços públicos é visto como sinal de pouco juízo (se não se tiver à frente um chapéu para recolher doações, « à votre bon cœur, messieurs dames ! »). Eu faço-o de vez em quando, para grande vergonha de quem me acompanha, sobretudo se forem as minhas filhas.
A minha saudosa avó Belmira nasceu a 16 de Setembro de 1919. Foi uma das pessoas mais importantes da minha vida. Tinha 39 anos quando eu nasci e 46 feitos há três dias quando nasceu o meu irmão mais novo. Entre eu e ele nasceram o outro meu irmão e a minha irmã. A minha avó dedicou-nos a nós quatro a segunda metade da sua vida. Faleceu em 2001 e eu, que vivia na Bolívia nessa altura, não pude ir ao seu funeral. Tinha-me dito da última vez que a vi, com genuína serenidade, que estava agora preparada para partir, sem tristeza nenhuma, sem nenhuma angústia, porque nós já tínhamos todos a nossa vida e, por isso, ela já não fazia falta nenhuma. A minha querida avó…
O dia 16 de Setembro de 1919 foi uma terça-feira, vi agora na Internet. Tinha a minha avó exatamente uma semana de vida quando foi fundado o Clube de Futebol Os Belenenses, de que o meu padrinho me fez sócio quando era ainda miúdo pequeno. Sou desde então, «do Belenenses», sem saber muito bem o que isso significa, mas aceitando, com preguiçosa resignação, que isto de ser de um clube é uma coisa que nos acontece, pronto!, e é para toda a vida, como a família ou a nacionalidade… Parabéns ao Belenenses!
O Belenenses não tem nada a ver com a minha avó, que por acaso até era benfiquista. Da família, que não escolhi, ainda bem que me calhou tê-la a ela.
«Si valimos pa trabayar, tamén valimos pa votar.» Compreendem seguramente a frase, mas provavelmente não sabem em que língua está escrita. É asturiano e é uma frase de um cartaz de 1977. Sei que é de 77, porque foi na primavera desse ano que passei a minha única temporada nas Astúrias, nas montanhas de Mieres. Que pena não encontrar o cartaz na Internet, ficava aqui muito bem a ilustrar este texto.
Nunca esqueci esta frase, provavelmente porque é uma proposição que me parece bastante justa. Na altura, se a memória não me falha, era o slogan de uma campanha de reivindicação do voto aos dezoito anos, mas a frase pode ter muito maior abrangência. Bom, longe de mim querer estabelecer uma relação direta entre o direito a votar e o facto de ter um trabalho. Nem se pode estabelecer uma relação simples e direta entre pagar impostos (ou poder pagá-los) e ser leitor/elegível. A questão é sem dúvida um pouco mais complexa; mas não vejo como se pode contornar o velho e mais que justo princípio de «nenhuma tributação sem representação».
Percebo que, por razões de ordem prática, há que definir períodos mínimos de permanência num lugar ou numa instituição para ter plenos deveres e plenos direito. Mas os prazos atualmente estabelecidos são normalmente longos demais. Além disso, como prevalece a ideia de que certos direitos da cidadania decorrem apenas da nacionalidade e a nacionalidade é uma condição quási-imutável, definida apenas pelo local de nascimento e/ou pela ascendência, há direitos que alguns nunca alcançam, por mais impostos que paguem, por mais que trabalhem, participem e se empenhem na comunidade onde vivem. Não faz muito sentido.
É tempo de passar além das noções clássicas de «direito de solo» e «direito de sangue». Pode ser-se — e é-se de facto muitas vezes — membro efetivo de uma comunidade e cidadão efetivo de um país, sem se ter lá nascido e sem fazer parte da(s) etnia(s) do país. É preciso recuperar a essência da ideia republicana de cidadania: quem é membro de facto de uma comunidade é quem nela vive, nela produz e nela consome—em suma, quem dela efetivamente faz parte—independentemente de onde tenha nascido ou de onde tenham nascido e vivido os seus pais e os seus antecessores. Uma visão não etnicista da nacionalidade e em que tampouco seja determinante o acaso do lugar de nascimento é, na minha opinião, a única que em absoluto faz sentido.
É certo que as leis de nacionalidade preveem quase sempre a possibilidade de esta se adquirir. Mas são normalmente processos morosos e algumas vezes efetivamente discriminatórios: pode a lei dar condições diferentes a homens e mulheres, por exemplo, ou exigir ao candidato a nacional garantias de integração ou conhecimentos sobre o país que os nacionais «naturais» não têm de ter — e muitas vezes não têm de facto.
Acabo de receber o boletim de voto para a eleição do parlamento de um país onde não vivo há 22 anos (Portugal) e não tenho direito a votar nas eleições para o parlamento de um país onde sou oficialmente residente há 18 (Dinamarca). Mas, sem nunca ter tido necessidade de trâmites burocráticos nem outras complicações, tenho direito a votar nas eleições autárquicas dinamarquesas; e, também sem que tenha havido quaisquer diligências da minha parte, posso escolher se, nas eleições para o Parlamento Europeu, voto nas candidaturas dinamarqueses ou nas portuguesas. Porque não se alarga, com a mesma simplicidade, o direito de voto dos residentes estrangeiros às legislativas — sem ter de passar pelo processo de aquisição de cidadania? E não só aqui, claro — em todo o lado.
[Continuamos com sopas e com pão (ver o texto anterior), mas hoje o tema é sopas de marisco.]
Há de haver dezenas de outros tipos de sopas de marisco, mas as que eu conheço dividem-se em duas categorias: com refogado e sem refogado. (Eh eh eh...)
Do primeiro tipo é a bisque clássica, de que passo dar, a quem não conheça, uma ideia de como se faz. Ou seja, de como eu a faço, porque há tantas variações como cozinheiros, claro está. A bisque mais clássica é, creio eu, a bisque de lavagante (bisque de homard), mas ao lavagante não há quem lhe chegue... Em Moçambique, fazia bisque com lagosta, porque a lagosta era barata, mas isso era em Moçambique... Nada impede, porém, de usar o mesmo processo com outro bicho qualquer menos dispendioso.
Ilustração de John Tenniel para Alice no País da Maravilhas, 1896 (Wikimedia Commons, daqui)
Doura-se o marisco inteiro em azeite abundante, mexendo sempre.
Tira-se o marisco do tacho, tira-se a carne das cascas e devolvem-se as cascas ao tacho. Se for um bicho grande, têm de se cortar as cascas aos bocados.
(A carne do marisco desaparece aqui da receita, mas, se quiserem e não precisarem dela toda para nada muito importante, guardem um bocado para deitar na sopa no fim, ok?)
Depois, juntam-se às cascas alho, cebola e um pouco de aipo e alho francês, tudo picado grosso, e deixa-se ficar a refogar.
Molha-se em seguida com um bocado de conhaque ou outra bebida do mesmo tipo e deita-se-lhe fogo.
(A parte do flambé era um espetáculo para os meus filhos, quando eram pequenos. Eu chamava-os à cozinha para verem e eles deliravam.)
Junta-se depois tomate, também picado grosso, e deixa-se estar ali a apurar.
Salpica-se em seguida com um bocadinho de farinha, mexe-se bem e junta-se um líquido. Há quem ponha só caldo de peixe ou marisco (feito em casa ou comprado), eu ponho primeiro um bocadinho de vinho branco e só quando o cheiro a vinho desparece é que junto o caldo. Também se pode pôr só água, claro, se não houver caldo…
Lembrem-se de mexer sempre – agora, que já tem farinha, pode pegar mais facilmente.
No fim, é passar tudo bem passado num passador, espremendo bem. Cascas de marisco e restos do refogado vão para o lixo, o resto é a sopa.
É só acertar temperos e juntar um bocado de nata.
Serve-se com croûtons, pois então, que têm um nome bonito, com um acento circunflexo no u, e uma coisa assim dá muito sabor à sopa. Bom, agora o acento já não é preciso, desde 1990, mas, mesmo sem acento, fica bem. O pão também pode ser frito em vez de torrados apenas, também é bom.
A sopa de marisco do outro tipo, sem refogado, é como se faz mais em Portugal. Aqui fica a minha versão, normalmente com camarão:
Cozam o marisco com uma cebola e uma cenoura grandes cortadas aos bocados. As quantidades são as seguintes: quanto mais marisco se cozer, melhor fica o caldo.
Mal esteja cozido o marisco (é mesmo um instantinho), tirem-no da água, descasquem-no e deitem as cascas outra vez no tacho.
(A carne do marisco também desaparece da receita neste ponto, mas, exatamente como na anterior, se não precisarem dela para outra coisa, reservem um bocado para pôr na sopa no fim, é sempre uma mais-valia, como se diz agora.)
Deixem cozer tudo um bocado, uns 20 minutos, uma coisa assim.
Depois, passem o caldo e, como na sopa anterior, espremam tudo — cascas, cabeças, cebola e cenoura — muito bem espremidinho no passador.
Em seguida, passem algum tomate na máquina ou com a varinha e juntem-no ao caldo do marisco.
Deixem cozer algum tempo. Eu deixo cozer uma meia hora, porque não quero juntar açúcar à sopa e tenho esta mania de que o tomate tem de cozer bastante tempo para perder acidez, mas devo dizer que não tenho prova nenhuma de que seja mais que mania minha. Enfim, certifiquem-se, pelo menos, de que o cheiro do tomate cru desapareceu e que cheira apenas a caldo de marisco.
Só falta engrossar a sopa. Deve poder-se engrossar o caldo só com farinha misturada com manteiga – o chamado roux –, sem mais, mas eu faço como aprendi com um rapaz que era cozinheiro de uma daquelas cervejarias à entrada da Almirante Reis: mexo a farinha com manteiga numa frigideira até a farinha começar a torrar — cuidada para não deixar queimar – e é com este roux torrado que engrosso o caldo. Se não melhora o sabor, melhora pelo menos o aspeto, acho eu, porque senão fica a sopa muito clara.
Serve-se também com pão torrado, claro, e desta vez escusa de ser escrito à francesa.
Aconselha-se sempre um bocadinho de picante, aquele que mais vos agradar.
Et voilà ! Vocês, como fazem as vossas sopas de marisco? São muito diferentes das minhas?
Sidney Bechet & His Orchestra: "Hold Tight, Hold Tight (Want Some Seafood Mama)", 1938
Mica, miga, migalha, migar, tudo isso vem tudo do latim mica, que quer dizer migalha. É uma família de palavras ibérica, se se pode dizer assim, pois que existem palavras semelhantes em línguas vizinhas — pelo menos em galego (miga, migalla, migar) e castelhano (miga, migaja, migar).*
Uma parte do significado desta família de palavras está relacionado com pão; e migar, além de significar «esfarelar» ou «partir ou cortar em pedaços pequenos», significa «pôr pão na sopa». A sintaxe deste migar é variável. Vê-se por exemplo, em Quando os lobos uivam, de Aquilino Ribeiro, um migar transitivo que tem como objeto a tigela (e, deito-me eu a adivinhar, que nunca tal ouvi, talvez também a sopa…)
«Miga bem a tijela!», dizia a voz materna, amorável no seu sotaque ralhado. «Miga bem, Jaime, que só tens caldo!»
Há também outra construção em que migar pão tem a sopa como objeto indireto. Conheço-a de um dos Contos tradicionais do povo português, de Téofilo Braga, um história que ele diz ter recolhido em Airão, no Minho:
Um rapaz foi offerecer-se para criado a casa de um lavrador; á noite, quando foram ceiar, deram-lhe uma tigella de caldo. Diz elle:
– Oh meu amo, o caldo está muito quente.
– Pois sópra-lhe.
No dia seguinte o rapaz despediu-se, entendendo lá para si que lhe não convinha servir n'aquella casa, onde nem tempo dariam para comer. Foi-se offerecer a casa de outro lavrador; aconteceu a mesma cousa; ao começar a comer o caldo, disse:
– Oh meu amo, o caldo está muito quente.
– Pois espera que arrefeça.
O moço tambem resolveu não ficar servindo n'aquella casa, cuidando que lhe dariam tempo sem mais nada. Foi-se embora ao outro dia, e chegou a casa de outro lavrador, que o tomou para o serviço. Á ceia disse o moço:
– Oh meu amo, o caldo está muito quente.
– Pois miga-lhe brôa.
O rapaz disse lá para si, que aquella era a casa que lhe convinha, e ali se deixou ficar.
Eu sei que não é grande novidade para ninguém o que fica para trás. Sabemos todos que, antigamente, a sopa de muitos era caldo que de entulho só tinha pão; e também sabemos quais eram as condições laborais dos trabalhadores rurais em tempos que felizmente já lá vão… Agora, talvez seja novidade para alguns o que se segue:
A palavra sopa, antes de significar o alimento (semi)líquido, significava o pão que nela se punha. A palavra é de origem germânica, mas parece ter chegado às línguas latinas (e ao inglês) pelo latim, que a tinha incorporado. É certo que sopas ainda hoje são «o pão que se miga na sopa» — ou no vinho açucarado, se forem de cavalo cansado —, mas o que eu quero dizer é que é foram os bocados de pão migados no líquido a dar nome à sopa e não a sopa a dar nome aos bocados de pão, se me faço entender.
* Noutra línguas latinas, há um nome apenas: em catalão, há mica, «bocadinho»; em francês há mie, «miolo (de pão)»; e em italiano, mica, que pode ser «bocado» ou «migalha de pão».
Ontem à tarde, tinha de ir buscar uma coisa a casa de uma amiga, mas não me apetecia nada estar a trancar portas e janelas, de maneira que deixei tudo aberto. Também aqui ninguém rouba nada. Mas, enfim, pelo sim pelo não, escondi a carteira no forno, não queria ir com ela na mão.
Nunca mais me lembrei. Hoje de manhã fiz pão, pus o pão no forno e daí a bocado começo a sentir um cheiro esquisito. Bom, a carteira não sofreu muito, vá lá, é cabedal de qualidade, pele de elefante, mas os meus cartões já estavam a começar a encarquilhar.
Em castelhano europeu, cojonudoé um termo de apreciação positivo: «baril!». Já em castelhano do Cone Sul, boludo, huevóne pelotudo, que em princípio significam exatamente o mesmo (com uns testículos muito grandes, pois então…), querem dizer «parvo, estúpido, idiota». Não deixa de ser curioso que o tamanho das gónadas masculinas tenha interpretações tão diferentes dos dois lados do Atlântico. Enfim…
Agora, também se pode dizer depreciativamente de uma mulher que é una boluda, una huevona ou uma pelotuda — o que não deve espantar por aí além os falantes de português, já que nós também falamos de mulheres de tomates (claro, com um significado muito diferente dos termos castelhanos atrás referidos).
Uma resposta comum a quem acusar um argentino de ser boludo, huevón ou pelotudo é algo como «¿Cómo que boludo? ¡Sós vos que tenés las manos chicas!». Uma defesa um bocado ordinária, não é verdade? Eu tinha uma amiga argentina que virava, porém, a coisa ao contrário (provavelmente, há muito quem o faça, mas só o ouvi a ela): para chamar estúpido a um tipo qualquer, dizia apenas: «No que yo tenga las manos chicas…»
Conheço aqui pouca gente e há conversas que não tenho com quem ter. Aqui fica metade dessas conversas. Não querem contribuir com a metade que falta? [Foto da Travessa do Fala-Só de Rodrigo Cortez]
Quem se interessar pelo português falado em Moçambique pode visitar um faz-de-conta-que-blogue que eu fiz, que é, de facto, um glossário de moçambicanismos.
Aqui fica um endereço de e-mail, para o caso de alguém querer comentar ou discutir alguma coisa do que eu para aqui vou escrevendo:
A disposição das imagens está calculada para um ecrã de computador. A maior parte das páginas do blogue vêem-se e lêem-se mal nos formato de tablet ou telemóvel. Aconselho, por isso, que, para ler as páginas do blogue em tablets ou telefones, escolha a opção «Ver a versão da Web».
Gralhas, há muitas. Está visto que não sirvo para revisor, e muito menos dos meus próprios textos... Um pedido, então, à malta amiga que por aqui passar: deixem-me correcções nos comentários, sim?
Já agora, peço também que me digam, se encontrarem links que tenham deixado de funcionar. Antigamente, fazia uma revisão regular dos links, mas agora a Travessa tem muitos textos e muito texto, e uma revisão dessas demora mais tempo do que aquele que normalmente tenho para dedicar ao blogue.
Ah, a propósito de links: Como todos os textos têm uma data de publicação, acho desnecessário estar a escrever em cada link a data de acesso – assumo que a data de todos eles é a data de publicação do post onde eles vêm.
E muito obrigado!
A partir de agosto de 2011, passo a escrever com a nova ortografia.
O Gigante
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Havia, em tempos, um gigante por aqueles lugares.
Apesar do seu tamanho enorme, raramente era avistado nas aldeias, mas,
mesmo assim, aquela gente temia...
Vergonha!
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Assustadora intervenção da Polícia nesta rua ao pé do Martim Moniz em
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JAZZ AGE ILLUSTRATION AT THE DELAWARE ART MUSEUM
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The Buddhas of Drakgo (Traveling in Kham 4)
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*Traveling in Kham*
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As fitas do Bernardo
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Quatro ilustrações num tosco chiaroscuro ilustram a crónica «Os que não
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