O primeiro, Cornelius Gysbrechts (ou Gijsbrechts), trabalhou na corte dinamarquesa de 1668 a 72, e tem uma sala que lhe é dedicada no Museu Nacional de Arte, em Copenhaga. O quadro de Cornelius Gysbrechts que chama imediatamente a atenção a qualquer pessoa que visite o museu – e que é, penso eu, o seu quadro mais famoso – chama-se Parte de trás de um quadro. E é isso mesmo, a parte de trás de um quadro! Acho que a maior parte das pessoas o toma por um quadro do século XX, mas é, de facto, de 1670.
O outro Cornelius não é bem um Cornelius, porque Cornelius é o seu segundo nome e ele é de facto mais conhecido como Gabriel von Max, mas tratá-lo por Cornelius foi o artifício retórico que me permitiu juntá-lo aqui a mestre Gysbrechts. Gabriel von Max é um pintor perfeitamente do seu tempo, mas tem, no meio de várias obras relativamente banais, uma obra-prima tão surpreendente como o quadro que se representa a si próprio de costas. Trata-se de uma pintura de 1889 em que nos são apresentados Macacos como críticos de arte (Neue Pinakothek, Munique). Quem sabe, apreciando o próprio quadro que os retrata, para imaginarmos a continuação do jogo de espelhos…
Aqui ficam, já agora os links para mais obras de Cornelius Gysbrechts e de Gabriel von Max nas suas respectivas galerias da WikiCommons. Nada do calibre das duas pinturas que exponho neste post, mas podem ir dar uma vista de olhos.
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