02/09/13

O arenque e a sardinha

[Soneto inglês escrito na Dinamarca (sobretudo) para portugueses]

Comei a Sul, senhores, a sã Sardinha:
Que o Arenque se lá chega, chega já
Sem a graça prateada que aqui tinha:
 Marinado ou em barrica e sem agá…

Comei, que aqui, no frio Setentrião,
Que a sardinha só vê – que grande lata! –
Enlatada em Agadir ou em Olhão,
E, espanto!, mesmo assim nada barata,

Que remédio, pois, sem ela a gente passa…
Mas não sem o seu primo matulão
E que rechina mais, quando se assa,
Que a parente sulista, o figurão!

Cada qual deita mão, isso é que é!,
Aos clupeidas que tenha mais ao pé.
[Mais sobre arenques na Travessa do Fala-Só aqui e aqui.]

1 comentário:

Helena Araújo disse...

hahaha
(isto sou eu a rir para disfarçar a inveja de não ter jeito nenhum para rimas dessas)